Cap. 1: Mitologia Nórdica I
A bárbara caçada de Odin, P.N. Arbo, c. 1872, óleo sobre a tela |
Segundo as Edas, não havia, no princípio, nem céu em cima nem terra embaixo, mas apenas um abismo sem fundo e um mundo de vapor no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte saíram doze rios, e, depois de eles terem corrido até muito distante de sua origem, congelaram-se e, tendo as camadas de gelo se acumulado umas sobre as outras, o grande abismo se encheu.
Ao sul do mundo de vapor, havia um mundo de luz, do qual uma viração quente soprou sobre o gelo, derretendo-o. Os vapores elevaram-se no ar e formaram nuvens, das quais surgiu Ymir, o gelo gigante, e sua geração, e a vaca Audumbla, cujo leite alimentou o gigante.
Essa vaca, alimentava-se lambendo o gelo de onde retirava a água e o sal. Certo dia, quando ela estava lambendo as pedras de sal, surgiram os cabelos de um homem; no segundo dia toda a cabeça e, no terceiro, todo o corpo, que tinha grande beleza, agilidade e força. O novo ser era um deus e dele e de sua esposa, filha da raça dos gigantes, nasceram os três irmãos, Odin, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir, formando com seu corpo a terra, com seu sangue os mares, com seus ossos as montanhas, com seus cabelos as árvores, com seu crânio o céu e com seu cérebro as nuvens carregadas de neve e granizo. Com a testa de Ymir, os deuses formaram a Midgard (terra média), destinada a tornar-se a morada do homem. Odin estabeleceu, depois, os períodos do dia e da noite, e as estações, colocando no céu o Sol e a Lua e lhes determinando os respectivos cursos. Logo que o Sol começou a lançar seus raios sobre a Terra, fez brotarem e crescerem os vegetais. Pouco depois de terem criado o mundo, os deuses passearam junto ao mar, satisfeitos com sua obra recente, mas verificaram que ela ainda estava incompleta, pois faltavam seres humanos. Tomaram, então, um freixo e dele fizeram um homem e de um amieiro fizeram uma mulher, chamando o homem de Aske e a mulher de Embla. Odin deu-lhes então, a vida e a alma. Vili, a razão e o movimento, e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi-lhes, então, dada para moradia e eles se tornaram os progenitores do gênero humano. Supunha-se que todo o universo era sustentado pelo gigantesco freixo Ygdrasil, que nascera do corpo de Ymir e tinha raízes imensas, uma das quais penetrava no Asgard (morada dos deuses), outra no Jotunheim (morada dos gigantes) e a terceira no Niffleheim (regiões das trevas e do frio). Ao lado de cada raiz havia uma fonte que a regava. A raiz que penetrava no Asgard era cuidadosamente tratada pelas três Norns, deusas consideradas como donas do destino. Eram Urdur (o passado), Verdande (o presente) e Skuld (o futuro).
BULFINCH, Thomas. O LIVRO DE OURO DA MITOLOGIA. 26º Ed. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2002. p. 382
Muito bom! Sempre quis saber mais sobre a mitologia nórdica, afinal eu amo jogar ragnarok^^
ResponderExcluirIa até comprar um livro mas depois de ler este texto eu vou é acompanhar as publicações do ragnadores ;P